segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Navalha de Ockam

Antes de focar o modo como erramos e as maneiras de evitá-los, é importante que expliquemos o conceito da Navalha de Ockam citada no penúltimo post.William (Guilherme) de Ockam, lógico inglês e frade franciscano do Século XIV, elaborou o que se chamou de Lei da Parcimônia: Entia non sunt multiplicanda preater necessitatem (ou ainda, pluralitas non est ponenda sine necessitate), traduzindo, As entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade (ou, não se deve incluir pluralidade sem necessidade).


Mas o que isto tem a ver com qualidade em saúde? Tem tudo a ver, quando elaboramos processos temos a enorme tendência de fazê-los complexos, cheios de passos e etapas, cheios de pontos de checagem. É bastante comum atribuirmos mais funções e tarefas a pessoas já sobrecarregadas de trabalho, apenas porque queremos controlar melhor um ou outro processo. É comum inserirmos retrabalhos e etapas que pouco ou nada impactam os resultados apenas para podermos controlá-los melhor.


É essencial simplifiquemos nossos processos, procedimentos, protocolos e controles. Mantê-los simplificados, com o menor número de passos possíveis é a garantia de melhores resultados. Neste aspecto devemos ser radicais, usar a afiada navalha de Ockam para cortar tudo o que seja supérfluo,  todos os passos que não tenham impacto ou mesmo aqueles que afetem pouco os resultados. Certa vez discutindo sobre o método lean-sigma ouvi que o sistema lean ajuda a tirar elefantes do processo enquanto o six-sigma trata de animais menores.


Infelizmente em hospitais, antes de retirar os elefantes temos muitos dinossauros enormes a serem retidos.

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